Um dos principais símbolos animais do Brasil, as araras são bichos simplesmente encantadores.
As variações entre suas espécies são diversas, contribuindo ainda mais com a beleza do animal.
Este artigo tem o objetivo de te guiar em uma viagem no mundo dessas aves.
Aprenda tudo sobre elas, desde seu comportamento, suas características físicas, até seu método de reprodução. Impossível não se impressionar. Confira.
Quem são as araras?
São conhecidas por serem os maiores membros da família dos papagaios.
São também, um dos maiores símbolos tropicais do mundo, sendo imprescindíveis para o equilíbrio e manutenção do ecossistema.
Confira abaixo toda sua descrição científica.
- Reino: Animalia;
- Filo: Chordata;
- Classe: Aves;
- Ordem: Psitaciformes;
- Família: Psittacidae.
Características gerais das araras
São aves de grande porte, e possuidoras de um conjunto de cores vibrantes. Podem atingir até 1 m de altura e pesar até 5 kg.
Todas as suas espécies possuem o bico curvo e grosso.
Além disso, as araras possuem algumas características corporais que permitem uma melhor locomoção, e lhes dão capacidade de escalar árvores.
Um bom exemplo é a presença de quatro dedos nos seus pés.
Também, são possuidoras de uma voz potente, que auxilia bastante na sua habilidade de comunicação com outros bichos.
Suas cores são chamativas, porém elas servem muito bem como camuflagem, se misturando com frutas e folhas pelas florestas.
Continuando a explorar a função de cada parte do corpo desse animal, sua cauda é perfeita para se manterem seguras.
Todo seu formato aerodinâmico, garante um voo leve e preciso, o que pode acabar despistando muitos predadores.
Por serem inteligentes e observadoras, são perfeitamente capazes de identificar qualquer ameaça.
Portanto, não importa aonde elas estejam, captura-las pode ser uma tarefa bem exaustiva.
Qual o habitat dessa ave?
Elas são bem disseminadas nas florestas tropicais: Amazônia, Mata Atlântica e Pantanal são alguns de seus territórios favoritos.
O Brasil é uma região abençoada por esse bicho, comportando todas as espécies de araras existentes.
Também, é possível encontra-las por quase toda a extensão da América Central e América do Sul.
Países como Bolívia, Colômbia, Equador, México e Argentina também são agraciados com a presença desse animal.
As araras podem ser bichos de estimação?
São animais que podem ser sim mantidas em cativeiro. Porém, é necessário adquirir uma licença especial do órgão ambiental IBAMA.
Se esse requisito for ignorado, o criador será alvo de uma série de multas altíssimas, e até prisão.
Além disso, a comercialização dessa ave é permitida somente se forem a arara-vermelha e Araruna.
Fora o documento citado acima, existem outras especificações que o indivíduo precisa cumprir antes de ter esse pássaro em mãos.
Como elas se comportam?
São animais extremamente sociáveis, timidez não é com elas. Geralmente andam em bandos ou, no mínimo, em pares.
Conhecidas por serem bem dóceis, são uma excelente companhia para quem almeja um bichinho de estimação.
Desse modo, quando as araras são acostumadas com seus donos desde filhotes, elas criam um vínculo muito forte de afetividade.
Claro que, como quase todo ser existente, elas precisam de atenção e carinho constantemente.
Importante salientar que, quando estão procriando, esse comportamento muda, e elas ficam agressivas. Por isso, o cuidado nesse período é fundamental para evitar acidentes.
Não esqueça que o bico desse animal é muito forte.
Também, se mantidas em ambientes precários ou sozinhas, elas podem entrar em um modo de autodestruição, arrancando as próprias penas.
Essas alterações de humor são bem intuitivas, visto que até os humanos estão susceptíveis a elas.
Além disso, elas possuem hábitos diurnos e são bem barulhentas, podendo acordar a casa inteira.
Se você é uma pessoa que aprecia o silêncio logo pela manhã, esse animal não é nem de longe recomendado.
Como deve ser o alojamento dessas aves?
O IBAMA tem uma série de dicas que ajudam o criador na hora de se preparar para receber esses bichos.
Uma delas, é que cada animal tenha pelo menos um espaço de 2 m2 para si. O local deve ter uma vegetação pelo menos similar a arbórea, e sombras.
Todo esse espaço é para evitar que esse pássaro se machuque, tendo em vista que suas asas são bem grandes.
Um outro ponto, é evitar que elas entrem em contato com mudanças de clima muito abruptas.
Também, é necessário sempre garantir água fresca para as aves se hidratarem e se banharem.
Ainda, é ideal que se tenha alguns pedaços de tronco ou até brinquedos para as araras brincarem e se entreterem.
Além disso, caso existam plantas na gaiola, é fundamental que o criador cheque se são venenosas ou não. Isso porque com certeza, destruí-las será a primeira ação desse bicho.
Um pouco sobre a higiene das araras
Diferente de algumas aves, o banho está dentre as suas atividades favoritas. Quando o clima está quente, aí que elas se deleitam e se limpam com mais frequência.
Uma dica para os criadores, é borrifar água em suas penas, elas adoram.
Já nos climas mais amenos, é importante que a água esteja sempre morna para que elas não passem frio. No caso de locais fechados, o indicado é que suas penas sejam molhadas diariamente.
Além de todo o cuidado com o banho desse bicho, elas precisam ter suas unhas aparadas regularmente. Caso contrário, elas terão dificuldades de locomoção, e podem até se ferir.
Como as araras se alimentam?
Se elas ainda forem filhotes, o dono terá que mimetizar a forma como a fêmea os alimentaria. Atualmente, em alguns petshops existem o que são chamadas de papas, específicas para esse estágio de desenvolvimento do bicho.
Então, o criador pode adquirir facilmente, sempre respeitando essa dieta como forma de evitar quaisquer complicações indesejadas.
Uma dica é fazer uso de uma seringa para colocar uma pequena quantidade do alimento. Importante misturar com água morna antes.
Logo após, é só oferecer aos filhotes com muito cuidado e, no fim, garantir que seu papo se encontra vazio.
Todo esse processo deve durar em torno de 60 dias, até que as aves estejam prontas para comer normalmente.
Além disso, quando se fala de araras jovens adultas, essa configuração muda. Elas são animais onívoros e gostam de se alimentar de frutas, nozes, insetos, ovos, mamíferos e répteis pequenos.
Por que se atentar para a saúde das araras?
Como já foi dito, elas não são animais fracos. Porém, algumas doenças podem ser comuns entre elas, e devem ser evitadas a todo custo.
Principalmente se a intenção do criador for comercial, não seria conveniente ter uma ave adoentada.
Então, o primeiro passo é manter contato com um profissional experiente em animais exóticos. Só ele poderá avaliar o estado dos pássaros e cuidar de questões como vacinas.
É requerido que as araras tenham cerca de 4 vermifugações a cada ano.
Desse modo, o veterinário se responsabilizará de utilizar medicamentos que possuam uma metabólica diferenciada. Isso é necessário para que essas aves não desenvolvam resistência, fazendo os remédios perderem seu efeito.
Além disso, a retirada das fezes diariamente é fundamental para evitar a proliferação de algumas bactérias. Assim, a limpeza do ambiente, bem como o cuidado com a ave, são variáveis diretamente proporcionais à sua saúde.
Quais as doenças que mais atingem as Araras?
O texto acima se refere à importância de manter seu bichinho saudável. Como forma de exemplificar ainda mais essa questão, confira algumas patologias que acometem as araras.
- Fraturas, sendo mais comuns nas pernas e asas;
- Pneumonia;
- Piolhos ao redor do corpo e nas penas;
- Ácaros respiratórios;
- Piolhos vermelhos;
- Coccidiose;
- Bronquite;
- Traqueíte;
- Olhos lacrimejando em excesso;
- Coriza;
- Estafilococose, sendo causada por uma bactéria presente na água e ar;
- Asma;
- Doença respiratória crônica, sendo necessário atenção já que seus sintomas são parecidos com os da coriza.
É um número considerável, certo? Por isso, cuide bem do seu bichinho, levando-o regularmente ao veterinário, e mantendo o ambiente higienizado.
Qual sua forma de reprodução?
Elas fazem parte do grupo de aves adeptas da monogamia. O período de reprodução delas ocorre geralmente entre os meses de novembro e janeiro.
Elas costumam buscar barrancos ou buracos em árvores para se instalarem durante esse processo.
Então, quando o casal está em um local protegido, a fêmea coloca de 2 a 3 ovos por vez. Os mesmos serão devidamente chocados por aproximadamente 35 dias, podendo assim, variar de espécie para espécie.
Além disso, todo esse cenário é bastante propício para o aparecimento de predadores, como os tucanos. Isso contribui ainda mais para a baixa taxa reprodutiva das araras.
Assim, depois de nascidos, os filhotes permanecem sob a proteção de seus genitores até que estejam aptos para caçarem sozinhos. Isso acontece a cada ninhada dessa ave, ou seja, uma vez a cada ano.
Algumas espécies famosas desse animal
Seu número de representantes é bem vasto, e varia de acordo com o gênero. Conheça então algumas espécies que podem ser encontradas ao redor do mundo.
Arara azul
A arara-azul, especialmente a arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), é uma ave de destaque devido à sua beleza e inteligência.
Ela se tornou amplamente conhecida após o filme de animação “Rio”, que abordou questões como o contrabando de animais silvestres.
A arara-azul-grande possui penas azul-cobalto com um efeito degradê, bico preto e maciço, e áreas amarelas ao redor dos olhos e na base do bico.
Essa espécie é social, vivendo em grupos e compartilhando informações entre si.
O nome científico reflete características físicas, como a ausência de dentes no bico e a coloração azul.
Arara verde
A arara-verde, também conhecida como arara-militar (Ara militaris), é uma ave pertencente à família dos psitacídeos, famosa pela sua inteligência e habilidade em reproduzir sons.
Descoberta em 1766, essa espécie é predominante na América do Sul, com três subespécies: A. m. militaris, encontrada no Brasil, Colômbia, Venezuela, Equador e Peru; A. m. boliviana, presente na Bolívia e noroeste da Argentina; e A. m. mexicana, localizada no México e na Guatemala.
Seu nome pode ter origem na importação por militares europeus, atraídos por sua capacidade de aprendizado e convivência com humanos.
Araracanga
A Araracanga, também conhecida como Arara-vermelha, é uma das maiores espécies de papagaios do gênero Ara, com cerca de 85 a 91 centímetros de comprimento e peso de aproximadamente 1,2 kg.
Sua plumagem é marcada por cores vibrantes, predominando o vermelho e verde, enquanto as asas são azuis e amarelas, e a cabeça é branca com olhos que variam entre branco e amarelo.
A cauda é longa e o bico é forte e largo, ajudando na alimentação.
Essas aves têm uma dieta variada que inclui sementes, frutos, folhas, larvas, flores, brotos e néctar.
Arara Canindé
A Arara-Canindé, classificada como “pouco preocupante” em termos de extinção, enfrenta uma diminuição de população devido à destruição de seu habitat.
O Governo Federal tem adotado medidas para proteger a espécie, como proibir o comércio e cativeiro e promover reservas ecológicas.
Além disso, há incentivo para pesquisas sobre técnicas de preservação.
As Araras-Canindé são conhecidas por suas cores vibrantes: azul claro nas costas, amarelo na parte da frente, verde no topo da cabeça e preto em algumas áreas.
Os jovens possuem coloração marrom-acinzentada. São hábeis em escalar árvores e têm um papel ecológico importante ao dispersar sementes.
Ararinha-de-testa-vermelha
A Ararinha-de-testa-vermelha é uma ave fascinante conhecida por sua vibrante paleta de cores e seus hábitos sociais.
Ela se destaca pela plumagem multicolorida, com predominância de verde, além de detalhes em laranja e vermelho na testa e orelhas, penas azuis nas asas e cauda, e olhos laranja.
Seu bico e patas são cinza. Apesar de sua beleza e carisma, essa espécie enfrenta sérios riscos de extinção devido à destruição de seu habitat e práticas agrícolas prejudiciais.
Ararinha-azul
A Ararinha-azul, uma ave nativa da caatinga brasileira, foi vista pela última vez na natureza em 2000, sendo extinta da fauna nacional.
Desde então, a espécie sobrevive apenas em cativeiro, com uma população estimada entre 50 a 60 indivíduos no Brasil e um número maior em colecionadores e cativeiros internacionais.
A principal ameaça ao seu desaparecimento foram a caça predatória, o comércio ilegal e a destruição de seu habitat natural, as matas ciliares.
A Ararinha-azul é retratada no filme “Rio” de 2011, que aborda a tentativa de reintrodução da ave ao Brasil.
As araras como objetos de estudo em diversas áreas científicas
O objetivo aqui é ressaltar a importância desses animais não só para os ecossistemas, mas também para o avanço científico.
No ano de 2011, foi publicado um estudo que analisava o sistema digestivo da arara Canindé.
A avaliação consistia em testar diferentes teores de fibra de cana, e observar a reação dessa ave. Isso foi feito no intuito de ampliar o que se sabe sobre a relação entre alimentação da arara e também sua saúde.
Um outro exemplo é a arara-catalina que é uma das referências quando se fala de hibridização. Essa característica peculiar dela é estudada por diversos especialistas, no intuito de compreender as possíveis consequências ambientais de sua expansão.
Além disso, as araras são utilizadas em inúmeras pesquisas, com objetivos distintos.
Desde educação escolar, até avaliação de microbiotas, e desenvolvimento de técnicas intramedulares no reparo de fraturas.
Ouça o canto das Araras
Ouça abaixo o canto da arara-vermelha, uma das diversas espécies que foram citadas no texto acima:
A responsabilidade de se ter um animal silvestre
Escolher criar um bicho, qualquer que seja ele, não é nada simples. Exige bastante trabalho e considerar uma série de fatores importantes.
Quando se fala de um animal silvestre, essas variáveis são ainda mais numerosas.
As araras são aves que podem durar até 70 anos de idade.
Durante toda a sua vida ela vai precisar dos mesmos cuidados, podendo eles serem mais delicados no final dela. Desse modo, é fundamental garantir que essa dedicação se perpetue.
Além disso, elas são um dos principais alvos do tráfico ilegal. Daí a importância de se confiar nos estabelecimentos que as vendem. Jamais contribua para esse tipo de mercado, que não dá a mínima importância para a vida ali existente.
Para ficar mais evidente, cerca de 95% do total de aves traficadas acabam morrendo por falta de cuidados.
É uma atividade extremamente violenta e que pode reverberar consequências ambientais, colocando esses bichos em estado de extinção.
Em contrapartida, projetos de conservação estão ganhando cada vez mais espaço, na tentativa de combater essa taxa de mortalidade.
Quem é um entusiasta dessa ave, pode procurar algumas dessas iniciativas em sua cidade, e contribuir com elas.
Por fim, você já sabe bastante sobre esse animal e suas características. Lembre-se sempre de ser cauteloso e responsável na hora de adquirir esse bicho para si.
Confira mais informações sobre as espécies existentes, e vire um total expert no assunto.